O clássico prometia ser de Neymar. No dia de seu aniversário de 20 anos, o atacante do Santos colocou a cereja em seu próprio bolo com seu centésimo gol como profissional. O Palmeiras, porém, não queria saber de cerimônia. E acabou com a festa do santista com uma virada de tirar o fôlego, fazendo 2 a 1 na abafada Presidente Prudente. Os gols de Fernandão (de cabeça) e Maranhão (contra) foram marcados aos 43 e 45 do segundo tempo, para desespero de Neymar.
- Eles tiveram sorte em fazer o segundo gol, mas, mais uma vez, o Santos foi prejudicado - disse Neymar, sem querer se alongar no comentário sobre arbitragem.
Brilhos de Neymar x forte marcação palmeirense
Antes de a bola rolar, o técnico Luiz Felipe Scolari reclamou muito do forte calor, típico de Presidente Prudente. Ele disse que os jogadores teriam de dar o “couro todo”. E seus comandados ouviram o recado. Desde o apito inicial, os palmeirenses armaram uma forte marcação homem a homem. Felipão até escalou o volante João Vitor em vez do meia Patrik para reforçar a defesa e deixar Valdivia mais solto no ataque.
Antes de a bola rolar, o técnico Luiz Felipe Scolari reclamou muito do forte calor, típico de Presidente Prudente. Ele disse que os jogadores teriam de dar o “couro todo”. E seus comandados ouviram o recado. Desde o apito inicial, os palmeirenses armaram uma forte marcação homem a homem. Felipão até escalou o volante João Vitor em vez do meia Patrik para reforçar a defesa e deixar Valdivia mais solto no ataque.
A princípio, a estratégia deu certo. Cicinho colou no aniversariante Neymar, que ficou apagado. O Mago, por sua vez, aparecia bem. Aos seis minutos, enfiou a bola com perfeição para Luan arrancar livre pela direita. Rafael teve de sair da meta para evitar o gol e acabou deixando a sobra para Juninho, que tentou cruzar para Fernandão, mas errou o passe.
Foram raras as chances de gol nos primeiros 15 minutos de um clássico de marcação e pouca “ousadia e alegria”. Foi quando Neymar resolveu trocar as chuteiras. Pode ser só coincidência, mas funcionou. O carrapato Cicinho o seguiu até a beira do campo, mas já não vencia mais o duelo particular.
Neymar, enfim, começou a se soltar, chamar o jogo e mostrar um pouco de seu vasto acervo de dribles desconcertantes. Henrique foi o primeiro a ficar na saudade, mas Cicinho foi a grande vítima. O lateral levou uma caneta e um drible de calcanhar. Foi assim que o Santos construiu sua melhor chance. Depois de se livrar de Cicinho, Neymar cruzou para Elano chutar, livre. A bola passou rente à trave direita de Deola. Neymar só era parado com falta.
Por conta do calor, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira fez uma parada técnica. Melhor para o Verdão, que parou de sofrer com as investidas de Neymar e, aos poucos, voltou ao jogo. Enquanto Neymar era caçado, as bolas paradas de Marcos Assunção atormentavam o goleiro Rafael. Valdivia também fez o arqueiro trabalhar, mas sentiu dores na coxa direita e foi substituído por Daniel Carvalho.
O meia, que já admitiu estar acima do peso, entrou em campo com a corda toda. Quase abriu o placar aos 44 minutos: foi se infiltrando na grande área santista e passou por três marcadores. Mesmo perdendo o ângulo para o arremate, ele obrigou Rafael a fazer uma grande defesa. No primeiro tempo, as torcidas só tiveram o que comemorar quando o locutor do estádio anunciou que o rival Corinthians perdia para o Bragantino por 1 a 0.
Emoção no segundo tempo
Para deixar o Peixe mais ofensivo, o técnico Muricy Ramalho colocou em campo Alan Kardec no posto de Borges, apagado e ainda sem ritmo de jogo. No entanto, foi o Palmeiras que voltou do vestiário mais agressivo. Com Juninho puxando as ofensivas alviverdes pela ponta esquerda, o Verdão chegou perto com Daniel Carvalho e Marcos Assunção, mas, quando Rafael não salvava, a falta de pontaria era o problema.
O Santos melhorou, mas pouco. Elano, que pouco fez durante o clássico, ainda tentou um chute da intermediária antes de ser sacado para a entrada de Ibson. Neymar, bem marcado, também arriscou de longe. Sem sucesso.
O jogo foi para mais uma parada técnica com o placar zerado. Restavam então apenas alguns minutos para decidir o clássico. Por isso, os times pegaram fôlego e atacaram com tudo. Luan, depois de receber cruzamento de Assunção, obrigou Rafael a fazer mais uma grande defesa.
Mas o dia era mesmo dele, do aniversariante Neymar. O amigo Paulo Henrique Ganso tratou de presentear o atacante com um passe na medida em uma cobrança de falta. Bem posicionado, aos 24 minutos, Neymar não perdoou. De cabeça, assim como diante do Mogi Mirim, ele fez seu centésimo gol como profissional para explodir o Prudentão.
O Verdão não se entregou. Maikon Leite, que entrou no lugar de Luan logo depois do gol, recebeu lançamento e encobriu o goleiro Rafael. No entanto, Maranhão salvou quando a bola já caminhava para a meta vazia. De tanto pressionar, o Palmeiras conseguiu provocar a expulsão de Ibson. A partir daí, o Verdão foi com tudo. E conseguiu uma virada com intervalo de dois minutos entre os gols.
Aos 43, Assunção, em cobrança de escanteio, colocou a bola na cabeça de Fernandão para empatar. Aos 45, o improvável: Juninho arriscou um chute despretensioso da lateral esquerda, e Maranhão tentou cortar, mas acabou desviando para a rede. Uma virada de tirar o fôlego na abafada Prudente, no dia que poderia ter sido de Neymar, mas acabou sendo do Verdão.
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